segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

CHUVA BOA AGORA A TARDE AQUI EM SÃO JOSÉ DE PRINCESA-PB.

Ter fé e esperança de que o dia de amanhã será sempre melhor de que o dia de hoje é um sentimento que nunca irá morrer dentro da alma do sertanejo. Passamos o ano inteiro sonhando com o abençoado dia que a chuva chega e tira toda mazela da face desse chão sofrido. O inverno é sempre curto, no máximo 04 (quatro) meses, em novembro, dezembro e janeiro se inicia as trovoadas que servem para dar o sinal se o inverno vai ser bom ou ruim, são as chamadas chuvas do imbuzeiro, chama-se assim porque é mesmo no período que essa planta resistente do sertão está florando, nas trovoadas também é onde se faz a famosa experiência das pedras de sal, isso sempre no dia de Santa Luzia 13 de dezembro, colocasse três pedrinhas de sal( que vai representar cada mês, no caso, Janeiro, fevereiro e março, se quiser botar mais pedrinhas pode) numa tábua na noite e de manhã vai ver se elas escorreram, se todas as três fizeram um pequeno riacho o inverno será bom, se apenas uma, ou duas, regular e se nem uma escorreu o ano será seco. Mas o mais esperado mesmo é de fevereiro por diante, é onde sabemos que o inverno pode pegar a qualquer momento e hoje mais uma vez choveu bem aqui em São José de Princesa e toda essa região polarizada por Princesa Isabel, aqui em são José hoje contabilizou 14mm agora a tarde, no geral por aqui, exatamente no Alto dos Bezerras onde tenho um pluviômetro do início desse mês de fevereiro até agora já registrou-se 94mm.  


Terreiro aqui do Chalé agora a tarde.


Água escorrendo fazendo pequenos riachos.

Lá no alto se vê a serra do Piancozinho fechada de mais chuva.


O som da biqueira não tem nada igual para o sertanejo. Esse é nosso pancadão.

ESSA CHUVINHA DE AGORA
VARREU A CINZA DO CHÃO,
RENOVOU-SE A ESPERANÇA
TROUXE A PAZ NO CORAÇÃO,
É COMO SE AVISASSE
A SECA QU'ELA CUIDASSE
DE SAIR DESSE SERTÃO.

Texto, poesia e fotos,
Rena Bezerra
20/02/17

domingo, 19 de fevereiro de 2017

CORDEL: GRAÇAS À DEUS TA CHEGANDO (As águas do Velho Chico)

Água chegando na caixa de tratamento na Cagepa.


GRAÇAS A DEUS TA CHEGANDO
(As águas do “Velho Chico”)

Graças a Deus ta chegando
As águas do “Velho Chico”,
Ela agora é de verdade
Já se acabou o fuxico,
Não tem mais enrolação,
Já ta na tubulação
E pra vim pra população
De tudo só falta um tico.

Chegou bem essa semana
Com força e com nitidez,
Na serra de Jericó
Ela subiu de uma vez,
O teste foi de primeira
Tiveram alguma canseira
Mas pra chegar na torneira
Não vai nem o fim do mês.

Só faltam alguns ajustes
‘Marquim’ de Verí fazer,
Mas tudo ta indo bem
Vejo a VL correr,
Para entregar o trabalho
Sem fiasco, sem atalho
E depois sem atrapalho
Trazer água de beber.

Está com quase dois anos
Sem ter água na torneira,
Princesa sobreviveu
Porque já nasceu guerreira,
Mas foi sofrido demais
O pobre sem ter cartaz
Aqui foi quem sofreu mais
Sem água. Sem eira e beira.

Dou graças a Deus por que
Sem ele não tinha a mão,
Que conduziu a caneta
Para assinar num clarão,
O fim de nossa tristeza
O fim de toda incerteza
Trazendo para Princesa
O mar da TRANSPOSIÇÃO.

Poeta,
Rena Bezerra

18/02/17

Tubulação estourou na hora da ligação mas tudo foi resolvido de imediato.

(fotos do facebook)



sábado, 18 de fevereiro de 2017

CORDEL: POBRE DO AÇUDE IBIAPINA!


POBRE DO AÇUDE IBIAPINA
(O açude Velho ou da Pixilinga)

Veja o que a seca faz
Como ela é feroz
Na falta de um Orós
Qualquer um ta bom demais.
O Açude velho jaz
Mas ainda dar a vida
Sua água poluída
Ajuda na produção,
De capim de irrigação
Dos animais na bebida.

Esse açude antigamente
Ele era utilizado
Para tirar o pescado
Tomar banho livremente.
Uma água sem poluente
Usadas por lavadeiras
De roupas, pelas fateiras
Das vísceras do matadouro,
E a turma no sangradouro
Descia nas corredeiras.

Mas o progresso chegou
Nossa cidade cresceu
E todo esgoto desceu
Pra onde o homem aprumou.
Ali ninguém reclamou
A água foi poluindo
Os peixes se sucumbindo
E a pixilinga acabando,
Assim ele vai passando
De pouco a pouco sumindo.

Hoje ta essa tristeza
O açude quase secando
E a planta aquática tomando
De conta dessa represa.
O Ibiapina em Princesa
Faz parte da fundação
Mas nunca viu uma ação
Dos homens que tem poder,
O açude ta pra morrer
Pode comprar o caixão.

Poeta,
Rena Bezerra
17/02/17


Fotos tiradas 16/02/17

Foto do dia 16/02/17

Foto do dia 08/10/2016

Fotos e cordel
Rena Bezerra
São José de Princesa - PB

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

CORDEL- SERÁ QUE ELA VEM ESSE MÊS? (As águas do São Francisco)



SERÁ QUE ELA VEM ESSE MÊS?
(As águas do São Francisco)

2015 foi o ano
Que nosso Jatobá secou
De La pra Ca só restou
Muita promessa e engano.
Princesa entrou pelo cano
E toda essa região
Que via a população
Sofrendo comprando água,
E o nosso rio de mágoa
Correndo sem direção.

De burro ou de caminhão
O povo buscava água
 No poço, no olho d’água
No açude, no cacimbão.
É triste a situação
Só sabe quem ta passando
Tem gente que ta comprando
Água a preço de ouro,
E o vendedor tira o couro
Sorrindo sem ta ligando.

Aí tiveram uma ação
Em 2016
E o governo mês a mês
Prometia a redenção.
Trouxeram a TRANSPOSIÇÃO
O governo deu aval
No Pajeú o ramal
De onde saia à rede,
Enquanto o povo com sede
Sonhava com o canal.

Até mesmo com o sol posto
Trabalharam pondo os canos
E o povo cheio de planos
Da água sentia o gosto.
Prometeram pra agosto
Mas a água não jorrou
Setembro também passou
Com outubro e com novembro
Depois descambou dezembro
Mas a água não chegou.

Janeiro também passou
Chega o mês do carnaval
De pronto só o canal
Mas o líquido não entrou.
Parece que emperrou
Numa tal burocracia
Um mal que ainda se cria
Nos becos desse país,
E o povo só por um triz
Escapa sem alegria.

Nova esperança se cria
Agora pra fevereiro
O povo todo cabreiro
Escuta mas desconfia.
Disseram que o vigia
Ouviu alguém La dizer
Que esse mês vamos ver
Os canos tirar o cisco,
E a águas do São Francisco
Princesa por fim beber.

Rena Bezerra

02/02/17