sexta-feira, 5 de maio de 2017

EITA! ÁGUINHA DE ROSCA.


EITA ÁGUINHA DE ROSCA!!!
(A água da Transposição em Princesa)

O povo dessa cidade
Sofrendo não agüenta mais
Sem sossego sem ter paz
Viver na calamidade.
Onde estar toda verdade
Por que tanta enrolação
Haja buraco no chão
As ruas todas quebradas,
E as famílias humilhadas
Esperando a redenção.

Toda essa população
Espera por essa água
Que parece que deságua
Nas bandas de outra estação.
Aqui só tem sequidão
E água se vim do céu
Ou comprada no tonel
Num preço sem ter tamanho,
Que para tomar um banho
É na base do pincel.

Está demais o escarcéu
O povo está furioso
E um governo mentiroso
Veio a Princesa Isabel.
Dizendo que está um céu
Que a vida aqui melhorou
La na praça inaugurou
Uma água bem fictícia,
Que servia de notícia
Pro jornal que divulgou.

Depois ele se banhou
Uma torneira puseram
Com isso eles disseram
Que a transposição chegou.
Mas quando em casa ligou
A torneira carrancuda
Gritaram: Deus nos acuda!
E aí tiraram a prova,
Água que nada! Uma ova!
Ô mentira cabeluda!!!

Até fizeram a muda
De canos pela cidade
Com grande complexidade
Na tubulação rombuda.
Nem benzendo com arruda
Nem rezando de quebranto
Arruma esse desencanto
Do povo aqui de Princesa,
Enquanto um mar de tristeza
Banha a cidade num pranto.

Me disseram hoje num canto
Na cidade de Princesa
Que essa água de certeza
Vai demorar mais um tanto.
E com isso por enquanto
A cantiga da perua
A realidade crua
Sem água sem calçamento,
E o povo já caindo dentro
Da buraqueira na rua.

Poeta cordelista
Rena Bezerra

05/05/17