IMBU - O COMANDANTE DA
CAATINGA
I
Não pode existir sertão
Sem jurema e marmeleiro,
Sem nosso mandacaru
Xique-xique e juazeiro,
E sem o grande enfrentante
Da caatinga o comandante
Que é o nosso imbuzeiro.
II
Resistente o ano inteiro
Cai a folha, mas não
morre,
Na sua raiz existe
Batatas que lhe socorre,
E quando a seca castiga
O tronco a raiz instiga
E a bolsa d’água recorre.
III
A água no caule corre
Deixando a planta nutrida,
A gente só vê os galhos
Numa paisagem sofrida,
Mas começou trovoada
A planta já preparada
Demonstra sinais de vida.
IV
A flor já vem em seguida
Junto uma nova folhagem,
Por todo nosso sertão
Se modifica a paisagem,
Com nosso velho imbuzeiro
Deixando o sertão inteiro
Com uma nova roupagem.
V
Ressurge com outra imagem
O sertão é renovado
Por todo canto se vê
Um pé de imbu carregado,
É fartura em demasia
Se junta em cuia, em bacia
Além dos que são chupado.
VI
Ele é utilizado
No almoço ou na merenda,
Podemos também usá-lo
Como forma de oferenda,
Para alguém que aprecia
Mas na feira ou rodovia
Ele é produto de venda.
VII
Se encontra também na
venda
No bar que reúne a massa,
O dono do botequim
Tem ele pra dar de graça,
Para aquela freguesia
Que ta ali todo dia
Tomando a sua cachaça.
VIII
Também existe na praça
Dessa fruta fabricada,
O picolé e o suco
A nossa velha cocada,
E fechando os derivados
Termino com os agrados
Da saborosa imbuzada.
IX
Nessa caatinga enfincada
Sobreviver é o papel,
O imbuzeiro resiste
Como um presente do céu,
Na sua sombra frondosa
Não tem coisa mais gostosa
Que um imbu feito mel.
Este cordel é oferecido ao amigo e técnico da Emater-PB, lotado no escritório Regional de Princesa Isabel, Tarantine Silva e a todos os sertanejos resistentes as estiagens e forte como os umbus eu também ofereço.
Poeta cordelista
Rena Bezerra
21/09/17