segunda-feira, 28 de agosto de 2017

EDILSON BEZERRA - UM SERTANEJO VALENTE


EDILSON BEZERRA
UM SERTANEJO VALENTE

Lembro de meu pai suado
Quando chegava da roça
Pele queimada, mão grossa
O corpo muito cansado.
Botava as tralhas de lado
Ficava um pouco esperando
O corpo ali resfriando
Sentado na preguiçosa,
Fumando e soltando prosa
E muitas vezes cantando.

O sol ia castigando
Esse sertão sofredor
Mas ele com destemor
Seguia ali trabalhando.
O ano inteiro teimando
Mostrando a sua bravura
Com muita desenvoltura
Seguia no seu sertão,
Cuidando da criação
E firme na agricultura.

Essa era sua cultura
Vem de seus antepassados
Homens de bem, renomados
Zelosos na sua postura.
Se a vida seguia dura
Por causa duma estiagem
Que castigava a paisagem
Papai nunca reclamava,
Pois o seu peito estrondava
De muita fé e coragem.

Seguindo nessa linhagem
Papai era destemido
De natureza, polido
Refinado na linguagem.
Carregava na bagagem
Saber e honestidade
Bravura, sinceridade
Um caráter inabalável,
Além de tudo era amável
E um amigo de verdade.

Na nave dessa saudade
Papai é o comandante
Sinto ele a todo instante
Com sua suavidade.
Mesmo da eternidade
Ele aqui ta muito forte
Pois nunca temeu a morte
E assim eu fiquei sabendo
Que até mesmo morrendo
Ele ia ser o meu norte.

Rena Bezerra

28/08/17

Nenhum comentário:

Postar um comentário