sábado, 30 de maio de 2015

DIA DE FEIRA EM PRINCESA



ISSO É FEIRA NO SERTÃO.

Quando é dia de feira
Nas cidades do sertão
Pra vender tem rubacão
Buchada com macaxeira.
Tem bainha de peixeira
Candeeiro e lamparina
Tem o cheiro das ‘menina’
Que passa alto do chão,
Isso é feira do sertão
Alegria nordestina.

Duas horas da madrugada
Começa a arrumação
Vem caixão e vai caixão
Suspende os paus da latada.
E ela fica enfeitada
Sortida de tudo um pouco
Rapadura, mel e côco.
‘Caçuá’, corda e gibão,
Isso é feira do sertão
‘Shoping center’ do ‘cabôco’.

Tem pavio de candeeiro
Tem urupemba e cangalha.
Tem rede feita de malha
Das banda do Juazeiro.
Tem fruta, roupa e tempero.
sarapatel pra vender
Tem cachaça pra beber
E depois cuspir no chão,
Isso é feira do sertão
É bom demais de se ver.

Tem ratoeira, arataca.
Tem pedra de amolar
Tem ‘puara’ em todo bar
Que em todo ‘caba’ se atraca.
Tem uma costela de vaca
Na esquina abandonada
Seu dono não ver mais nada
Deitado do lado dela,
Passa um cabra leva ela
E sai dando gargalhada.

                          Quando desmonta o ‘tendéu’
No fim da feira sobrou
Quem vendeu, quem não lucrou
Quem saiu rindo a granel.
Todos fizeram o papel
De quem é trabalhador
Do caboclo sonhador
Que vive a ocasião,
Isso é feira do sertão
D’outra vez aqui estou.

Poeta:
Rena Bezerra

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