segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O SERTÃO RECORRE A VELHA CACIMBA DE BEBER

         O sertão vive hoje uma das piores secas de todos os tempos, não pela mortandade de animais ou de pessoas, mas pela escassez do mais precioso líquido já existente na face da terra, a água. Nos últimos anos os níveis pluviométricos não atingiram as metas esperadas para abastecer nossos reservatórios, açudes de grande, médio e pequeno porte estão totalmente secos ou quase secos, cidades como nossa querida e tão amada Princesa Isabel, Taperoá, Desterro, Soledade e até mesmo a rainha da Borborema, Campina Grande já vive o drama do racionamento, onde o açude Epitácio Pessoa, o Boqueirão já tem menos de 12% de sua capacidade.
          Aqui em São José de Princesa o drama pela água não é diferente, com uma população estimada em menos de 5.000 habitantes, onde mais de 80% da população é rural e o restante vive na zona urbana, os sãojoseenses sofrem com o baixo nível em que se encontra seus reservatórios, pois mesmo sendo incluída no programa do governo Federal Operação Pipa nem todas as pessoas tem direito a água que vem nos carros, apenas quem tem o cadastramento e o restante da população tem que se virar com a velha e sempre salvadora cacimba.
          Essa cacimba ela é do tempo de meu avô paterno Laurindo Bezerra, os mais velhos conta que na grande seca de 1958 ele dava de beber a mais de 200 rezes dele, e a vizinhança que também usava a água dela para matar a sede do gado e da população aqui da redondeza, Simão, Vazante, Inveja, Alto dos Bezerras. Na época de meu avô era uma cacimba só na piçarra e no ano de 2012 na temida seca devastadora de animais e de plantas o amigo e primo Chico vicente convidou a comunidade para que abríssemos a velha cacimba, pois só assim salvaríamos nosso rebanho, e foi assim que todos da comunidade Alto dos Bezerras, Simão e Vazante realizamos o trabalho e até hoje utilizamos a água desta inesgotável cacimba de Deus e de todos.
Tanque para o gado beber.

Fotos e texto;
Rena Bezerra.



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